Uma noite de diversão e criatividade marcou a Feira Steam do Sesi Escola Cuiabá. Atentos às questões ambientais, os alunos, mentes criativas da instituição, deram um show de empreendedorismo à frente de barracas de comidas típicas, doces, brinquedos e artesanatos. Tudo à moda “mão na massa”, produzido em sua maioria pelos próprios estudantes e sob a perspectiva da sustentabilidade, com materiais reutilizados e reciclados.O evento reuniu mais de mais de 1.800 pessoas, entre pais, mães, avós, tios, primos e professores, que conferiram de perto as invençoes dos estudantes.

No coração da feira estavam os alunos das primeiras séries do ensino fundamental. Eles conquistaram muitos clientes com a barraca de almofadas e ervas aromáticas. A mãe de Murilo e Maiara, Débora Granjeiro, não resistiu ao marketing dos filhos e levou para casa vários produtos. “Estou super orgulhosa com o desempenho das crianças. É uma experiência única na vida deles. É um momento em que eles socializam, desenvolvem a comunicação e são protagonistas da própria aprendizagem”, diz a mãe, encantada com a feira.

 Ayla Santos, do 1º ano, explica como fez a almofada. “Nós usamos algodão, sal e essência. Colocamos tudo dentro do paninho e ficou cheiroso”, detalha a pequena. Enquanto isso, a mãe coruja, Joyce, admirava a independência da menina. “É muito lindo e emocionante ver ela assim. Uma fofura”, elogia.

A barraca de caldos foi um espetáculo à parte. Os potinhos de feijão acabaram em menos de uma hora do início do evento. Não demorou muito para o de abóbora também acabar. Quem comeu jamais vai esquecer o sabor, mas quem não conseguiu degustar certamente ficou com água na boca e sonhou com essa gostosura.

Sucesso mesmo fez a turminha responsável pelos bolos. Tinha de chocolate, cenoura e muito mais. Era de encher os olhos e impossível de não comprar. Maria Eduarda, da educação infantil, arrasou na venda. A mãe dela, Fernanda Queiroz, além de espectadora apaixonada pela atuação da filha, também foi uma cliente assídua da barraca. “Eu disse que ela iria ser uma vendedora e que iria trabalhar igual a mãe. Ela é autista de suporte 1. A atividade tem sido muito importante para o desenvolvimento das habilidades dela. Sinto uma emoção inexplicável de ver ela aqui, falante e ativa”, comenta Fernanda.

Tecnologia e inovação

 A cultura maker, que norteia a metodologia de ensino na unidade e incentiva os alunos a serem protagonistas de todo o processo educacional, também estampou as barracas com invenções baseadas em tecnologia e inovação. O resultado desse modelo de educação era notório nos brinquedos criativos e ecológicos, desenvolvidos pelos discentes a partir de materiais recicláveis, como papel picado, papelão e garrafas PET.

A comunidade escolar pôde escolher entre caminhas e casinhas de bonecas feitas de papelão, sofás e poltronas de pneu, abajur de cano de PVC, jogos de dama, sabão caseiro e dezenas de outros produtos sustentáveis.

Os visitantes ficaram boquiabertos com tanta criatividade. A galera da equipe TexCycle, majoritariamente feminina, foi fenomenal ao criar chapéus e bolsas a partir de tecidos jeans reutilizados. Sofia Paim, da 8ª série, destaca que os itens foram produzidos com as técnicas de patchwork e handmade, que consistem em unir pedaços de tecido para criar um design feito à mão. “Cada uma fez uma parte: uma cortou, outra costurou e eu fiz a bandeira. Usamos nossas calças velhas, mas, se fôssemos uma marca para além da escola, criaríamos pontos de coleta de tecido”, projeta Sofia.

Silvana Bazani, mãe de Adele, do 8º ano, conferiu o trabalho da filha, que reaproveitou canudos de plástico. Ela aproveitou a oportunidade para conhecer outras invenções e ficou impressionada com a engenhosidade da garotada. “O tema de todas as barracas é muito interessante, porque a sociedade carece dessa conscientização ambiental. Vi projetos fantásticos aqui, como o dos alunos que fizeram opções de lixeiras para estimular as crianças a descartarem o lixo corretamente. Vi um protótipo de um robô que parece um elefante. A coisa mais linda”, comenta.

Trash Trek

A temática Trash Trek – Jornada do Lixo, que permeou a aprendizagem deste ano na unidade de ensino, esteve presente no evento, transformando a noite de sexta-feira (11.10) em um verdadeiro cenário de conscientização sobre o descarte incorreto de resíduos. A gerente da unidade de ensino, Alessandra Marangoni, comemora o sucesso do evento.

“Aqui, os discentes conseguem empreender com a venda dos seus produtos, que foram planejados, e alguns confeccionados, ao longo do primeiro, segundo e terceiro bimestres. Eles toparam o desafio de inserir a temática sustentabilidade nas etapas do processo, e isso é gratificante, porque todos foram muito bem. Merecem nota 10, sem dúvida”, pontua a gestora.

Texto e fotos: Fernanda Nazário