02/04/2018
Nesta segunda-feira (02/04) é celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU). Para abordar o transtorno, que afeta cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil, as escolas do Serviço Social da Indústria (Sesi MT) prepararam uma semana com diversas atividades para sensibilização de toda a comunidade escolar. Hoje, a roda de conversa contou com a presença da família do André, que está entre os 13 alunos autistas das unidades.
“Falar do preconceito contra o autismo é como falar de racismo e homofobia, por exemplo. Eles existem e, enquanto existirem e nossos filhos não forem incluídos, vamos continuar falando. Por este motivo, preparar esta semana é muito Importante porque são poucas escolas que tentam a inclusão. Muitas tentam e não conseguem e o Sesi tem feito esse trabalho contínuo, que me surpreendeu desde o começo. Conscientizar os professores, funcionários e alunos não se dá por mágica e sim com esse tipo de trabalho”, disse o servidor público, Pedro Souza. Ele conta ainda que o sonho do filho é ser astronauta. “Mas se não der tudo bem, nós queremos que ele seja feliz de qualquer jeito. Esse é o nosso projeto de vida para ele”, completa.
Fabiano Arruda, 17 anos, estuda na mesma classe de André, no 2º ano. Para ele, o autismo ainda é pouco conhecido. “O André é muito importante para gente e aprendo muito com ele. A comunicação dele é diferente, mas ele é muito carinhoso, sempre abraça todo mundo, manda beijo e faz (sinal) de coração. Na sala sempre falamos com ele e o integramos nas atividades”, diz.
Conforme a pedagoga do Sesi Escola, Nadine Moreira, na Sala da Diversidade é utilizado um sistema de intervenção chamado PECS (Picture Exchange Communication System). O objetivo dele é fazer uma intervenção aumentativa/alternativa de comunicação exclusivo para indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
“O sistema começa ensinando o aluno a dar uma figura de um item desejado para um ‘parceiro de comunicação’, que imediatamente aceita a troca como um pedido. O sistema passa a ensinar a discriminação de figuras e como juntá-las formando sentenças. Nas fases mais avançadas, os indivíduos aprendem a responder perguntas e fazer comentários”, disse, ressaltando que existe o comprometimento verbal da maioria dos autistas.
Sala da Diversidade
Na Sala da Diversidade, criada em 2015, as crianças recebem apoio no contexto emocional, na coordenação motora, na alfabetização, no processo de adaptação na escola e na elaboração de material diferenciado. O objetivo é suprir a necessidade que não é satisfeita na sala de aula dos alunos que têm necessidades muito específicas.