21/03/2018
Roda de conversa, palestras, contaçao de história e atividades lúdicas são algumas das atividades realizadas pelas unidades do Sesi Escola durante a “Semana de sensibilização e conscientização sobre a Síndrome de Down”. A data é mundialmente celebrada nesta quarta-feira (21/03), dia em que os alunos participaram da palestra de sensibilização, que abordou as lutas, desafios e direitos pela inclusão na educação.
A aposentada Julia Ulrich, 65, que integra a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, ministrou a palestra de hoje. Ela é mãe do Felipe, 23 anos, nascido com a síndrome. “Nosso objetivo com essa palestra para os alunos é comemorar a conscientização, mostrar nossas conquistas, lutas e ainda quebrar mitos e paradigmas. Perante a lei somos todos iguais e isso é muito bonito, mas fica só no papel”, avalia.
Segundo ela, são muitos os desafios e barreiras enfrentados pelas famílias, especialmente para oferecer uma educação de qualidade para os filhos. “O Felipe, por exemplo, sempre ficava perto somente do professor e não dos outros alunos. Ele também não era muito exigido e percebemos que as escolas apenas o recebiam porque estávamos pagando. Foi quando encontramos uma escola mais voltada para a criança e os colegas faziam meu filho participar de tudo. Ele cresceu muito nesta época. Mesmo assim não gosta de estudar, somente de ir à escola. Hoje, aos 23 anos, está concluindo o Ensino Médio na Educação de Jovens e Adultos (EJA)”.
Para a aluna Mariana Lima, 16 anos, que está no 3º ano, a palestra serviu para dar mais visibilidade ainda às pessoas com Síndrome de Down. “Somos todos seres humanos e a inclusão é importante não só para a escola, para um aluno com a síndrome ou a sua família, mas para todos nós que vivemos em sociedade e temos os mesmo direitos”, ressalta.
De acordo com a pedagoga do Sesi Escola Nadine Moreira a iniciativa de promover a semana é de sensibilizar os alunos. “Isso não só porque temos alunos com Síndrome de Down, mas porque precisamos levar o conhecimento já que ainda existe muito preconceito. Sempre no início do ano fazemos a sensibilização com as turmas que recebem esses alunos e, nesta semana, ela é feita com toda a comunidade escolar, incluindo os profissionais da escola e os pais. A cada dia trabalhamos para melhorar essa sensibilidade e temos evoluído bastante”, explica.
Sala da Diversidade
Juntas, as escolas do Serviço Social da Indústria (Sesi MT), localizadas em Cuiabá e Várzea Grande têm cinco alunos com Síndrome de Down, que recebem atendimento exclusivo na Sala da Diversidade. No espaço, criado em 2015, as crianças recebem apoio no contexto emocional, na coordenação motora, na alfabetização, no processo de adaptação na escola e na elaboração de material diferenciado. O objetivo é suprir a necessidade que não é satisfeita na sala de aula dos alunos que têm necessidades muito específicas.
“A sala faz parte do projeto Diversidades Escolares, elaborado quando a escola começou a receber muitos alunos com necessidades especiais que exigiam um suporte maior. Além disso, também realizamos a formação de professores e dos profissionais em geral da escola para promover a inclusão”, explica a pedagoga.
Síndrome de Down
Conforme a federação, a síndrome ocorre uma vez a cada 700 nascimentos, o que representa 270 mil pessoas no Brasil. A Síndrome de Down é gerada pela presença de uma terceira cópia do cromossomo 21 em todas as células do organismo (trissomia). Isso ocorre na hora da concepção de uma criança. As pessoas com síndrome de Down, ou trissomia do cromossomo 21, têm 47 cromossomos em suas células em vez de 46, como a maior parte da população.
As crianças, os jovens e os adultos com síndrome de Down podem ter algumas características semelhantes e estar sujeitos a uma maior incidência de doenças, mas apresentam personalidades e características diferentes e únicas.